Algumas pessoas defendem que não podemos transferir o ato de instruir sobre o perigo das ruas, que é da família, para policiais. Outros afirmam que necessitam do auxílio da lei porque não se consegue mais obter o respeito dos filhos. Como podemos definir a palavra liberdade no seu sentido mais correto? Todos querem autonomia, livrarem-se do peso de suas famílias (aquelas problemáticas). Ou não ficar para trás perante seu círculo de amigos que, inteiro, está fora de casa exercitando confidências. O ponto central para a resolução de todo este “embrulhado” caso não é um só. Vários focos estão sem auxílio desde sempre e nunca se percebeu porque no Brasil o único sistema operante é o da urgência: espera-se que alguém morra para tomar-se uma atitude severa e útil (que então nasce inútil porque não corrigirá o que se perdeu). Nunca combatemos os problemas desde o início, tampouco temos programas de prevenção na área legislativa.
Para elucidarmos melhor os leitores sobre tema tão polêmico fomos em busca de duas opiniões divergentes. Uryel Henrique, 18 anos, estudante de administração de empresas, morador da cidade de Tubarão (SC), e Cristiane Pereira, 27 anos, gerente administrativa, de Porto Alegre (RS).
Uryel Henrique: Sim.
Cristiane Pereira: Sim.
Éderson Lumertz: Tu és a favor ou contra, e por quê?
Uryel Henrique: Contra. Se os pais liberaram não tem porque tirar o direito das pessoas. Onde ficam os direitos? Não é justo punir todos. Que façam batidas policiais e prendam os mal comportados. Se tivessem que prestar serviços comunitários, acredito que mudaria bastante.
Cristiane Pereira: Eu sou a favor. Já que os pais de hoje não sabem controlar seus filhos, que seja feito o toque de recolher. Menores na rua depois da meia noite sem um responsável com certeza vão fazer besteiras. Eu acho que isso não vai ir muito para frente. Se for vai ser nas cidades do interior. Nas grandes cidades não. E outra, policiais para fazerem isso? Eu acho mais uma irresponsabilidade, pois sabemos que a maioria é corrupta. Muitos são iguais ou piores que os marginais das ruas. Não confio em policiais. Não são capacitados para fazer o que devem fazer. E essa história de que são corruptos porque ganham mal, para mim é falta de caráter mesmo. Eles mal conseguem pegar os marginais que estão por aí. Irão dar uns sustinhos no começo para aparecer na mídia e depois passa. Agora, no início, com certeza, o jovem, que é o "prejudicado" não vai gostar. Olha a historia da mãe que matou o filho por causa de drogas aqui em POA? Será que ela queria isso? Claro que não. Quem levou ele para o fundo do poço foram as más companhias que ele tinha.
Informações do site da Agência Estado:
* SÃO PAULO – O toque de recolher para menores de 18 anos é apontado pelas autoridades como responsável pela redução de 80% dos atos infracionais e de 82% das reclamações do Conselho Tutelar, no município de Fernandópolis. A medida, que proíbe a permanência de menores nas ruas após às 23 horas, foi imposta em maio de 2005 pelo juiz da Infância e da Juventude de Fernandópolis, Evandro Pelarin, para reduzir a delinqüência juvenil. Em 2005 foram 378 ocorrências contra apenas 74 no ano passado. * Além de Fernandópolis, Ilha Solteira e Itapura mantêm o toque de recolher no Estado.
* Jovens fogem da blitz.
* Pais reclamam - Pega pela segunda vez fora do horário, a adolescente foi levada para casa pela mãe, chamada ao Conselho. A mãe, que é estudante enfermagem e que terá de pagar multa pela reincidência, não gostou da situação. "Minha filha é excelente aluna, uma garota exemplar; eu a autorizei a ir até a lanchonete, que é perto da minha casa, mas não sabia que o namorado usava drogas ou estava armado”, afirmou.