Aproveitando os comentários do post anterior, nada polêmicos, fizemos uma postagem com opiniões de duas das participantes do blog. Fique à vontade para participar da discussão!
Esses dias conversei com uma mulher que me deixou intrigada. Será mesmo que povo gaúcho se leva tão a sério? Ela, paulista de nascimento e cuiabana há mais de 20 anos, me perguntava sobre o frio de Porto Alegre e a fama de Gramado quando me relatou a viagem de um parente à capital do Rio Grande do Sul. "Ele disse que as pessoas foram simpáticas e trataram ele muito bem", contou com surpresa. Não sabia direito o que responder. Arrisquei em concordar, mas nunca tinha pensado nisso. Somos legais? Claro que podemos ser legais, mas a imagem que vendemos é que que somos arrogantes, que "nos achamos". Também temos a imagem de que somos pessoas trabalhadoras, pelo que ela me disse. "Trabalhar nesse frio que faz lá, não é pra mim, não", concluiu. Acho que todos têm suas virtudes. Temos muitas. O bairrismo exagerado não é uma delas. O Gaúcho da Copa não é nosso melhor exemplar. A política que se faz aqui é farinha do mesmo saco que se faz pelo Brasil afora. O "choro" de um deputado nessa semana, na tribuna, "comemorando" os 10 anos da ida da Ford pra Bahia e não sua vinda pra Guaíba é pura perda de tempo. De que adianta? Vamos é trabalhar pelo futuro. Por que não gastou seu tempo com isso, o deputado? Discursos são o que não faltam. Nem no Rio Grande do Sul nem no Brasil. Somos todos iguais. Bons em muita coisa, mas abaixo da crítica em muitos aspectos.
É bastante complicado criticar o Estado e suas culturas. Quando ousamos falar que o RS não é melhor que os demais, as pessoas nos olham com ar de: "você não sabe o que diz" (ops, tem que ser tu, né?). Até os pronomes usam de forma diferente e equivocada, sem conjugar os devidos verbos. Não penso que somos inferiores também, só acredito que deveríamos parar de pensar de forma separatista. O separatismo é um erro. Não temos cacife para andar com as próprias pernas. Deveríamos lembrar com maior frequência que somos todos brasileiros e ponto final. Cada estado com sua cultura. Nem melhor, nem pior. Mas todos dentro de um único país. Rico em belezas naturais, políticos desonestos e malandragens.Nossa música em pouco se diferencia do funk carioca ou do axé baiano. Talvez a única diferença seja a construção dos arranjos (coisa que músico é quem pode avaliar, minha análise fica na interpretação das letras).Um exemplo? Qual a diferença entre as letras abaixo?
Danço, Danço, Danço
Chegou o sábado
É dia de festiar
É dia de
folga
Hoje só quero dançar
Minha franja enroladinha
De gel vai
arrasar
Teu gingado é da hora
Ninguém vai te segurar
Pode ter
certeza
Se ela dança eu danço
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Falei com o
DJ!...
Prá fazer diferente
Botar chapa
quente
Prá gente dançar
Me diz quem é a menina
Que dança e
fascina
Que alucina querendo beijar...
Fim de Semana
E vem a chuva, vai o sol
E entristeço
E molha o
chão, apaga o fogo
E o meu desejo
Queria sábado de noite
Ir
pro baile
Namorando, adormecer
Sob os seus beijos...
Mas não tem
nada não
Só tá começando
O Fim de Semana
O meu
descanso
E a curtição...
Você ousa dizer que uma delas foi escrita por gaúchos? Joga no Pastor Google...É constrangedor conversar com pessoas de outros estados e ter que explicar que não somos todos tão arrogantes. Que alguns de nós gostamos do país todo e que se vierem nos visitar, jamais serão destratados.
Lembrete: Pelé, Cesar Cielo, Ronaldo, Marta, Tony Ramos, Wagner Moura, Jade Barbosa, Diego Hipólito, Gonzaguinha e milhares de outros "the best" em suas áreas NÃO SÃO GAÚCHOS. Temos tantos talentos quanto tem os demais estados do país.