sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma dama e o seu talento para emocionar

Há cerca de duas semanas atrás os professores da disciplina de Redação Experimental em Revista nos deram uma atividade: escrever um texto narrativo/descritivo. “Putz!”, eu pensei. “Detesto fazer essas coisas”. Mal sabia eu, que o texto escrito pela amiga, colega de aula e de blog, Elisandra Borba, fosse mexer tanto comigo.

O fato que ela descreve é muito comum para mim. Mas o texto da Elis fez com que eu o visse de outra perspectiva. Me emocionou muito e gostaria de compartilhá-lo com vocês...


Coração de chocolate

O final de tarde parecia típico: Pessoas caminhando apressadas. Algumas rumando aos seus lares, outras começando ali uma nova jornada. A impressão que dava era que cada um preocupava-se apenas consigo mesmo. Os pedestres atravessavam a rua às pressas, antes mesmo do sinal, em forma de bonequinho verde, abrir. Os veículos, sem preocupação alguma, continuavam a acelerar forçando-os a correr.

A Avenida A.J. Renner em Porto Alegre confundia-se facilmente com uma selva onde o mais forte sobrevive. Neste caso o final não foi a morte para os mais fracos, mas a chegada mais tarde em seus destinos.

No ponto de ônibus, esperando a vida passar estava um cachorro vira-lata. O animal de meio-porte era preto e tinha parte de seu couro à mostra, devido à sarna que derrubou seus pelos. Um animal quase invisível para as centenas de pessoas que passavam pelo local.

O cachorro toma um susto ao ouvir o barulho de um balde de água jogado na calçada pelo trabalhador da carrocinha de cachorro-quente estacionada ali. Pelo pulo dado, imaginamos os traumas vividos pelo cachorro naquela selva. Talvez banhos de água fria para espantá-lo enquanto aguardava com esperança as sobras de comida de alguém. Ou quem sabe temporais que passou desabrigado, sem ao menos entender o que acontecia.

Mais do que depressa ele atendeu o chamado da moça loira que com carinho na voz pediu que o bichinho se aproximasse. Sem nenhuma espécie de nojo ou receio pela falta de pelos ela o afagou, conversando com ele como se fosse seu próprio filho.

Natacha pensou duas vezes, com medo que seu gesto prejudicasse o cachorrinho: “vai que ele tem um ataque cardíaco e morre”. O gesto era dar-lhe alguns biscoitos que carregava na bolsa. Com preocupação explicou-me que chocolate às vezes provoca essa reação em cães. Percebendo que o animal estava mais preocupado com a fome que sentia, puxou o pacote de biscoitos recheados. Agachou-se o máximo que pode, para ficar da altura do animal e começou a alimentá-lo. Carinhosamente os biscoitos eram quebrados ao meio e oferecidos na boca do cão, metade por metade.

O ônibus veio, embarcamos e o cachorro ficou. Talvez impressionado porque naquele lugar onde cada um pensa somente em si mesmo, encontrou uma alma que mais do que perceber que ele estava ali, dedicou seu carinho e sua isenção de preconceitos para tornar aquela vida menos triste.

Natacha não salvou o mundo, mas deixou um ser mais feliz. Não é que ela não tivesse pressa de chegar, assim como os outros passantes, mas é que seu coração não é típico, não se compara àquele final de tarde e nem àquelas pessoas correndo para atravessar a rua.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dia de renovar

Começamos a primavera com um novo template para o blog. Resolvemos repaginar o visual, ainda nas comemorações do nosso primeiro ano. A Elis é a responsável pela montagem, que mostra nas novas imagens um pouquinho de cada uma de nós. Esperamos que gostem! ;)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Enfim, é primavera...

Para saudar a chegada da estação mais bonita do ano, recorro à maravilhosa poetisa Cecília Meireles:

"Aprendi com a primavera;
a deixar-me cortar e voltar
sempre inteira"

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia Mundial sem Carro

Amanhã é o dia mundial sem carro. Uma campanha que visa conscientizar as pessoas para o uso racional de veículos automotores e poluidores.
Uso este espaço para tentar angariar alguns adeptos. Eu como utilizo transporte coletivo, não tenho muito para fazer, a não ser convidar aos leitores que tentem conscientizar mais pessoas.
Aderir à campanha não significa deixar de lado o conforto, mas pensar em alternativas. Por exemplo: muitas pessoas vão sozinhas de carro para o trabalho ou para a faculdade. Quem sabe neste dia você possa convidar mais alguns amigos para dividir o espaço? Assim, ao invés de cinco carros na rua, haverá apenas um. Além do mais, ainda pode economizar no combustível, dividindo as despesas.
Se mora perto do trabalho, poderá ir de bicicleta, a pé ou quem sabe de ônibus. Utilizo este meio diariamente e estou viva para escrever aqui.
Enfim. Se este post fizer com que uma única pessoa deixe seu veículo em casa neste dia, serei uma pessoa realizada.
Ninguém pode salvar o mundo sozinho, mas pode fazer a sua parte. É uma atitude pequena, que somada a dos outros se torna gigantesca!

domingo, 20 de setembro de 2009

Carne, pra que te quero?

Dia desses estava em sala de aula quando começou uma discussão sobre vegetarianismo. A maioria das pessoas condena quem opta pelo não consumo de carne. Depois disso ouvi o apresentador de TV Jô Soares dizendo que "vaca nasceu pra morrer". Foi esse tipo de pensamento que inspirou meu texto.

A opção de ser vegetariano vai muito além de sentir pena dos animais ou de ter uma vida saudável. Ser vegetariano é, principalmente, adotar uma postura ética diante da sociedade especista em que vivemos. Atualmente, o discurso que utilizamos para defender os animais é o mesmo que utilizamos no século passado para abolir a escravidão e a desigualdade entre os sexos, cuja luta segue até os dias de hoje.

Não vou pregar um discurso aqui para que as pessoas se tornem vegetarianas. Não penso que isso seja realmente necessário, pois os próprios animais matam o menor e mais indefeso para se alimentar. O meu maior desejo é a conscientização da população em relação ao consumo correto e moderado de carne.

As controvérsias em relação à nossa saúde são infinitas. Existem profissionais da área da saúde afirmando que a eliminação da carne da nossa dieta seja a opção mais saudável a ser tomada nos dias de hoje. Outros dizem que a carne é essencial para a sobrevivência humana. Bem, não sejamos radicais. Nem oito, nem oitenta, prega o ditado.

Para aqueles que não dispensam um bom churrasco, a proposta dos ambientalistas é que o consumo de carne seja reduzido nas refeições. Na primeira quinzena do mês de junho da revista Exame, o ex-Beatle, Paul McCartney fez um pedido aos seus fãs: que aderissem à campanha de não-consumo de carne por, pelo menos, uma dia por semana com o objetivo de combater o aquecimento global. Pois, segundo uma agência da ONU, a produção mundial de carnes é responsável por 18% da emissão dos gases causadores do efeito estufa. Quantia superior à emissão causada pelos automóveis de todo o mundo.

A maioria das pessoas sabe que aquela fazendinha familiar que criava o gado solto no campo foi substituída pelos grandes centros de agronegócios, que o seu entretenimento e sua diversão significam dor e morte de milhões de animais, e que alguns experimentos questionáveis ocorrem em laboratórios de todo o mundo. Ainda assim essas pessoas acreditam que as condições destes animais “não pode ser assim tão ruins. Eles devem ser bem tratados lá”.

Infelizmente não é assim que funciona. A carne de vitela, por exemplo, é um modelo de crueldade com esses seres. O nome é utilizado para aquela carne branquinha de bezerros machos, que boa parte da população costuma consumir por ser mais tenra, macia e sem gordura. Alguém já parou pra pensar porque a carne é assim? O bezerro, logo que nasce é colocado em baias com espaço mínimo e amarrado para que não se mova e não fortaleça os músculos. Esse processo é feito logo que o animal nasce e é separado da mãe. Passa todo o tempo preso e sendo alimentado com litros e litros de leite, até que chegue a hora do abate.

Poderia citar aqui vários exemplos de carnes e acompanhamentos que não devemos consumir (como o foie gras, o Galletto Al Primo Canto, onde o animal é morto ainda pequeno para que a carne seja mais macia, entre outros), mas termino por aqui com a esperança de que todos que leram minha opinião diminuam o consumo de carne em um ou dois dias da semana. Com essa atitude, estará contribuindo com a própria saúde, com o meio ambiente e o bem–estar animal. Além de consumir o conceito chamado de alimentação ética.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O mal do século

Há quem diga que o vírus HIV seja o mal do século. Outros acham que a ansiedade, que já atinge pelo menos 340 milhões de pessoas no mundo todo, seja a pior coisa dos últimos cem anos. Algumas pessoas afirmam que o mal do século seja o Alzheimer. Enfim... Se fôssemos fazer uma pesquisa, cada pessoa citaria alguma doença ou deficiência das pessoas ou do mundo como mal do século. Eu não acho que seja nenhuma dessas.

Acredito que o câncer seja a resposta correta. A pior coisa de que já se ouviu falar. A maioria das doenças citadas acima já tem um tratamento eficaz, diga-se de passagem. O câncer, não. A neoplasia maligna, ou câncer, como é popularmente conhecido, é uma doença caracterizada por uma população de células que crescem e acabam se dividindo. Sem respeitar os limites normais, elas invadem e destroem tecidos que estão próximos, podendo se espalhar para lugares distantes dentro do corpo.

Mesmo que essa explicação rápida não tenha sido muito clara, podemos acompanhar o progresso rápido da doença através de fotos de famosos que já passaram por isso, ou mesmo imagens em sites que tem como especialidade tratar do assunto, ou talvez algum amigo, conhecido ou parente que já tenha tido câncer. Aquela pessoa que até então era saudável, acaba perdendo muitos quilos, ficando com uma aparência envelhecida e cansada, enfim...

Felizmente, muitas pessoas descobrem cedo e em tempo de eliminar a doença do seu corpo. Infelizmente nem todos têm essa sorte. É o caso do talentoso ator Patrick Swayze, que faleceu nesta segunda-feira, 14, depois de dois anos de luta contra um câncer fatal no pâncreas.

Bom, o post de hoje pode ter sido meio sem sentido para alguns, mas utilizei o blog como forma de homenagear o ator que marcou minha infância e, certamente, das damas também. Afinal, quem nunca chorou assistindo Ghost? Ou então já se imaginou dançando em Dirty Dancing? Enfim... Achei justo prestar aqui a minha homenagem a esse ator tão maravilhoso que foi o Patrick Swayze, a lamentação por ele ter partido tão jovem, mas um certo alívio por ter acabado com o sofrimento dele. Pois, como ele mesmo dizia, a quimioterapia estava sendo um “inferno na terra”. Inclusive, hoje quando estava vindo pro trabalho, estava ouvindo o programa Pretinho Básico, da Atlântida, quando o Porã disse uma frase que achei bastante bonita e que tinha bastante relação com o post que eu já havia escrito. “O cara era estrangeiro, morava longe daqui. Mas é nesses momentos que percebemos o quão próximo estávamos”, ressalta.

Não vou publicar aqui as imagens tristes do fim de sua vida. Quem tiver interesse, sabe onde encontrá-las. Pretendo encerrar o post com uma frase que o ator falou durante a quimioterapia: “Nunca fui de fugir de desafios”. Há menos de um ano atrás, quando questionado sobre sua expectativa de vida, Swayze respondeu: "Eu diria que cinco anos seriam algo bem desejável. Dois anos parecem prováveis se você acredita nas estatísticas. Eu quero durar até que se descubra uma cura”. Infelizmente, a cura não chegou à tempo, mas é com essa idéia de quem lutou pela vida e com essas imagens bonitas do ator que encerro meu post de hoje.

Contra os preconceitos

Lendo um pouco pra ter informações sobre o assunto que trataremos no programa da disciplina de Tele III cheguei a esse texto do Fabrício Carpinejar. Compartilho com vocês:

Pode me chamar de gay, não me ofendo. Pode me chamar de gay, é um elogio. Pode me chamar de gay, apesar de ser heterossexual, não me importo de ser confundido. Ser gay me favorece, me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Pode me chamar de gay, não me sinto constrangido. Pode me chamar de gay, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade. Pode me chamar de gay. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher roupas. Pode me chamar de gay. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços. Pode me chamar de gay. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro. Pode me chamar de gay. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite. Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Pode me chamar de gay. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever. Pode me chamar de gay. Que seja bem alto. A fragilidade do vidro nasce da força e do ímpeto do fogo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Levante o braço

A notícia já está requentada, mas como não falamos disso aqui ainda, acredito que esteja valendo...
Há alguns dias assisti uns segundos de um vídeo de um cara barbudo que parava o trânsito levantando o braço. Não sabia do que se tratava, por isso não dei muita atenção. Depois tive acesso ao vídeo completo e achei que fosse uma grande piada ou ainda uma campanha daquelas que engajam pessoas, mas descobri que a coisa é séria mesmo. Tão séria que teve até cerimônia de lançamento com direito a presença do prefeito.
Eis o vídeo e depois meus apontamentos:


Assim... É minha opinião e estou aberta ai diálogo para quem sabe mudar de ideia.
1º É triste que os motoristas pensem que são tão superiores que não possam respeitar a faixa.
2º Não pode-se transferir responsabilidade. Os motorista devem respeitar a faixa e a fiscalização punir quem não o faz.
3º Quem não respeita nem sinal fechado vai se importar com braço levantado?
4º Imagine as damas de Porto Alegre tentando atravessar a rua. Se já precisamos ouvir 'baixarias' quietas em nosso canto, agora receberemos ofertas de caronas em progressão geométrica.

Eu não pretendo usar o sinal. E vocês, o que pensam sobre o assunto? Vai funcionar? Por que?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mais vereadores

Espero que alguém tenha juízo nesse país. Perguntem ao povo o que queremos. Um referendo, nesse caso, acho que seria válido.

Estou falando da aprovação do projeto do deputado gaúcho Pompeo de Mattos (PDT) que cria 448 novas vagas para vereador só aqui no Rio Grande do Sul. Ao todo, serão 7.343 vereadores a mais em todo o país. Sinceramente: precisamos disso? A foto (da alegria dos suplentes) que ilustra a matéria da ZH de hoje me dá uma sensação de que indignação, vergonha, nem sei bem. Ah, lembrando que o texto da matéria do jornal diz que o projeto "redistribui os percentuais repassados pelos Executivos para as Câmaras, o que poderia significar redução de gastos dos Legislativos municipais". Alguém acredita nisso? Já temos 55 deputados estaduais, 31 federais, 3 senadores, pelo menos 9 vereadores em cada município... Mais alguns resolverão nossos problemas?

Abaixo, uma breve explicação sobre os vereadores. Fonte: Veja Online, agosto de 2008.

Quanto ganha um vereador?
Assim como a quantidade de vereadores na Câmara, o salário deles é determinado pelo número de habitantes do município. Nas cidades com até 10.000 habitantes, os salários devem ser no máximo 20% do salário do deputado estadual. Em localidades entre 10.001 e 50.000 habitantes, no máximo 30%. Entre 50.001 e 100.000, no máximo 40% do subsídio do deputado estadual. Entre 100.001 e 300.000 habitantes, no máximo 50% do subsídio do deputado estadual. Em municípios de mais de 500.000 habitantes, no máximo 70% do subsídio do deputado estadual. Por essa razão, os salários têm grande variação. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os vereadores recebem 9.288 mil reais. Já em Vitória, no Espírito Santo, 3.000 reais. O maior salário é o de Campo Grande (MS), 9.500 reais. Essa diferença se explica ainda pelo fato de que o salário dos vereadores é definido em votação nas respectivas Câmaras, respeitando-se o critério constitucional.

Além do salário, quais benefícios os vereadores recebem?
Os vereadores também recebem uma verba de gabinete para o pagamento dos salários de seus assessores diretos, além de verba indenizatória, auxílio paletó, auxílio alimentação, auxílio gasolina, uma cota mensal de selos e ainda toda a sorte de suprimento para o gabinete. Como, por definição, os vereadores moram nas cidades em que trabalham, eles não recebem auxílio moradia. O valor desses subsídios varia de acordo com cada município, porque são votados por suas respectivas Câmaras. O gasto, no entanto, deve seguir as determinações da Constituição: em cidades com até 100.000 habitantes, não pode ultrapassar 8% dos subsídios dos deputados estaduais; entre 100.001 e 300.000, 7% do que ganham os parlamentares; entre 300.001 e 500.000, 6% e em municípios com população acima de 500.000, não pode
ultrapassar 5%.


Reparem no "auxílio paletó"!
O projeto aprovado ontem ainda passará por uma segunda votação antes de virar um emenda à Constituição e chegar à sanção do presidente Lula.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Lista de prioridades

Me deem um desconto por não entender absolutamente nada de operações militares. Ao mesmo tempo, tento entender um pouco da realidade em que vivemos. O Brasil dos gaúchos é diferente do Brasil dos alagoanos, que é diferente do dos cariocas ou dos cuiabanos. O país tem suas variações. Nas mesmas regiões, inclusive. Acontece que temos carências muito parecidas, em diferentes níveis. Somos 190 milhões de pessoas, não temos guerras - pelo menos não declaradas -, apesar da violência urbana, uma grande parcela vive em condições não tão favoráveis, com muitos filhos, jornada de trabalho comprida, salário baixo, casa alugada, sem saneamento, sem plano de saúde... Sem entrar nas questões de educação, meio ambiente e política, entre tantas outras preocupações que a sociedade enfrenta.

A minha pergunta é: qual a prioridade do Brasil? Precisamos mesmo de R$ 20 bilhões em investimentos no setor militar? 36 aviões caça ou sei lá como chamam para um país que tem um sertão pobre com pessoas que vivem com R$120 mensais (do Bolsa-Família) pra alimentar oito filhos? Não precisamos ir muito longe. Aqui mesmo, temos muitos casos de pessoas e famílias que vivem em absoluta miséria. Essa não seria a prioridade? Devo estar mesmo muito enganada.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sem segredos para a Internet


“Tudo o que se faz na vida virtual tem impacto na vida real”, pode até parecer uma teoria a la Matrix, mas a premissa se encaixa muito bem na era da cibercultura. Desde o advento da Internet muita coisa se transformou: fronteiras foram derrubadas; a comunicação facilitada; ninguém perde mais a novela, ela está no Youtube; e etc. Enfim, tudo que a sociedade produz está aqui, na web. Seja para bem ou não está à disposição de todos, esperando apenas um “clic”.

Entre os aspectos negativos, está a violação da privacidade, ou a ausência dela. Segundo, matéria da revista
Veja, de 12 de agosto desse ano, há diversos tipos de atentados à intimidade, alguns são provenientes das políticas de segurança do governo ou de interesses comerciais de grandes corporações. Outros são versões digitais da falta de segurança em que vivemos, como por exemplo, os furtos de senhas bancárias e números de cartão de crédito. Mais comuns são os casos de celebridades que têm a vida pessoal escancarada. Entre os casos mais clicados está o da atriz Vanessa Hudgens, a intérprete de Gabrielle em High School Musical, que teve uma foto sua sem roupa, tirada por um ex-namorado, divulgada pela rede em 2007. Sem falar no famoso vídeo de Daniella Cicarelli com o namorado numa praia da Espanha. A modelo venceu o processo, e o YouTube te que tirar o vídeo do ar. Mas como sabemos, em espaços compartilhados – principal característica da Web 2.0 – uma que vez a imagem/vídeo entrou na rede, não sai mais.

Engana-se quem pensa que esse tipo de coisa só acontece com os famosos. O Kzuka, também aborda o tema e traz uma pesquisa publicada em dezembro passado, nos Estados Unidos, que mostra que o sexting (junção de sex e texting, ou seja, sexo e envio de mensagem por celular, hoje também por internet) é cada vez mais comum por lá. Segundo o estudo, um em cada cinco jovens americanos com idade entre 13 e 19 anos já enviou pelo celular algum tipo de foto ou vídeo de si mesmo nu ou seminu. Já com os jovens entre 20 a 26 anos, o fenômeno é praticado com mais intensidade: um terço dos entrevistados declarou já ter cometido o sexting.

De maneira mais sutil, pessoas comuns tornam-se vítimas de suas próprias contas em redes sociais como Orkut, Facebook, YouTube e Twitter, nas quais acabam revelando suas vidas em fotos, vídeos e depoimentos. Atire o primeiro mouse quem nunca vasculhou a vida de alguém no Orkut! Antes de postar algo é preciso pensar bem, pois o maior risco da superexposição da intimidade na web é o arrependimento.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Eles acham que entendem...

O psiquiatra Paulo Gaudêncio, formado pela Universidade de São Paulo (USP), dedica-se há quase 50 anos à psicoterapia. Atualmente o profissional se desdobra em cinco para conseguir dar conta de todas as atividades profissionais. Gaudêncio atua como psicoterapeuta, consultor de empresas, terapeuta de casais, palestrante e, finalmente, colunista da revista Nova. Não que eu considere a revista educativa e essencial para o mundo feminino, mas em sua coluna, Gaudêncio, dá bastante dicas para as mulheres e de como entendê-las melhor.

Sua coluna na revista é intitulada como “Terapia em cinco minutos”. Lá ele atua como amigo e confidente das mulheres. Segundo o psiquiatra, desde que ele assumui a coluna, ele jurou que jamais daria um conselho. O objetivo dele é fazer a pessoa olhar para dentro de si e tentar entender quais comportamentos permitem tal situação.

Paulo Gaudêncio entende as mulheres. Infelizmente não podemos dizer isso de todos os homens que existem na face da Terra. Claro que já estamos acostumadas com o fato de o sexo oposto não ter a mínima noção do que se passa nas nossas mentes complexas, mas é importante deixar claro que quando não temos conhecimento sobre determinado assunto, ou ficamos quietos ou procuramos entender.

Não faz muito tempo que um colega de curso falou de forma “sutil” que um dos membros do blog estava “um pouquinho acima do peso” e que “a sua alimentação estava se refletindo na sua forma física”. Complicado, né? Compreendo que a intenção tenha sido das melhores e que ele tenha feito o infeliz comentário com o intuito de ajudar a colega. Para a infelicidade dele, o único impacto causado com tal comentário foi a vontade de vê-lo morto. Como fã de Hannibal Lecter, adoraria começar devorando o fígado dele.

Como não foi possível, deixo registrada aqui a minha revolta (e das colegas de blog) contra os homens que acham (achar não basta!) que entendem o fascinante mundo do sexo feminino, mas entendem tanto quanto nós, mulheres, entendemos da turbina de um avião (Tá, existem mulheres que entendem [e muito!] das turbinas de aero motores, mas não vem ao caso.).

Falar para uma mulher que ela está acima do peso é tão complexo como falar para um homem sobre o tamanho do seu "membro inferior" (para não ser vulgar como o comentário do colega).

Infelizmente, o sexo feminino já é complexado demais com o seu peso. Qualquer comentário a respeito disso vai deixá-la ainda pior. Todas nós temos espelho em casa e todo dia pela amanhã olhamos, observamos e analisamos... Os nossos defeitos são claramente ressaltados pelo objeto refletor que parece aumentar em dez vezes o nosso tamanho. Peso é um assunto complicado, devemos receber conselhos a respeito somente dos pais, namorados, maridos e, é claro, das amigas mais íntimas. O resto que guarde para si, por favor. Pois não precisamos de mais uma preocupação nas nossas vidas além de altura, roupas, trabalho de conclusão de curso (o temido TCC), relacionamentos, TPM (leia-se Tocou, Perguntou, Morreu!), enfim...

Deixem a gente feliz com o nosso corpo e a gente faz de conta que vocês entendem as mulheres, certo?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sonho da maternidade?

Desde que nascemos (nós mulheres), somos preparadas para a maternidade. Enquanto os meninos ganham carrinhos de brinquedo para ensaiarem sair por aí sem compromisso algum, recebemos bonecas que precisamos pentear, dar banho, trocar a roupinha, nanar e até dar o bico para pararem de chorar. Enquanto queremos descobrir o mundo, forçam-nos a querer crescer, ter filhos, cuidar deles, viver para eles.

Talvez por isso até pouco tempo atrás as famílias eram imensas. Meus avós paternos tiveram 14 filhos. Os maternos 7, mas porque minha avó morreu cedo, talvez tivessem mais. Minha mãe gerou quatro, uma faleceu, então somos três. Número que está de acordo com os dados divulgados hoje pelo IBGE. Até 1960 as mulheres tinham cerca de 6,2 filhos, em 2006 esse número baixou para dois.

Segundo a pesquisadora Sônia Oliveira, em entrevista ao Portal G1, este número está próximo ao que chamou de "taxa de reposição", que permite a estabilidade da população. Nas Regiões Sul e Sudeste as taxas ficaram ainda abaixo deste número, com 1,9 e 1,8 filho por mulher, respectivamente. No Centro-Oeste a taxa era de 2 filhos por mulher. No Norte, 2,5 e no Nordeste, 2,2. (Fonte Portal G1).

De acordo com a pesquisa, mesmo as mulheres de classe social baixa e menor escolaridade estão planejando a quantidade de filhos que terão e isso se deve também a entrada feminina no mercado de trabalho e o aumento no grau de instrução.

O fato que é que hoje as mulheres estão mais independentes, se gostam muito mais e aprenderam a aproveitar a vida. Por isso estão adiando cada vez mais a maternidade.

Dizem que tem um momento na vida em que teremos certeza de que é a hora certa. Enquanto esse dia não chega, aproveito minhas noites de sono tranquilo ao lado do meu marido. Por enquanto podemos dormir tarde, acordar mais tarde ainda, assistir ao que bem entender na televisão, passar longe de parquinhos nos domingos e dar-se ao luxo de criticar pais que não colocam limites em seus "anjinhos".

Como o blog está completando um ano e com boas perspectivas, quem sabe eu volto aqui um dia para mudar meu discurso...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Temos um ano!

Sessenta e três posts depois, aqui estamos comemorando nosso primeiro ano de blog. Passou rápido! Esses dias representam mais do que 63 postagens, opiniões ou textos. É também a contagem de mais um ano de amizade, de compartilhar momentos felizes, tristes, desanimados, animadíssimos e - invariavelmente - divertidos. Dividimos batatas fritas, cadeiras chatas ou muito legais, panquecas, colegas, chocolates, pautas, pensamentos, dúvidas, TCCs que estão por aí e/ou por vir... E o blog serve um pouco pra dividir também esses momentos com quem dá uma passadinha por aqui. Entramos nesse segundo ano prometendo atualizar mais. Juramos, na verdade!

E fica o desejo de vida longa ao Jogo de Damas!