sexta-feira, 26 de março de 2010

A saudade é demais...

Vinte e seis de março, aniversário da nossa querida Porto Alegre. Aquela que já foi o Porto dos Casais. A Porto Alegre da Feira do Livro, do pôr-do-sol mais lindo do mundo (o do Guaíba), do brique da Redenção, da caminhada e do chimarrão no Parcão ou no Gasômetro, dos Grenais. A “pequena cidade grande” de Mario Quintana, e de tantas outras coisas que compõem a capital dos gaúchos.

Claro que existem problemas e mais problemas, mas hoje é dia de homenagear a cidade. Eu, como porto-alegrense de coração, deixo aqui os parabéns pelos 238 anos daquela que virou a minha cidade.


Falar de Porto Alegre e não se lembrar de “Porto Alegre é Demais” é inevitável, já que a música se tornou uma espécie de hino da cidade. Sempre adorei a música. Mas, os versos de Fogaça nunca fizeram tanto sentido quanto agora, que estou distante. Por isto, recorro a eles para encerrar o meu post:



Porto Alegre me faz
Tão sentimental
Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz...
Porto Alegre é demais!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tomar, A cidade dos Templários

A chuva que não cessava e a “boa vontade” do senhor da estação de comboio (trem) que não quis trocar as passagens transformavam o passeio em uma furada. Mesmo assim, eu e a Amanda (minha companheira de quarto, que tive a sorte de conhecê-la ainda no aeroporto Salgado Filho, e que já se tornou uma grande amiga) não desistimos de conhecer a cidade de Tomar, na região central de Portugal. Uma cidade pitoresca e mágica, que tem como atrações o Castelo dos Templários e o Convento de Cristo, classificados pela UNESCO como Patrimônio Mundial.

Assim que chegamos à cidade tratamos que encontrar o ponto de informações, a fim de saber os principais pontos turísticos. Junto com as dicas e mapas, a guia nos deu uma pontinha de esperança. “À tarde, o tempo melhora”, disse ela. E melhorou. São Pedro atendeu aos nossos apelos, e até apareceu o sol, ainda que tímido. Outra coisa vale ser ressalta sobre o ponto de informações, a decoração do local. Com mobília e objetos oriundos do castelo e de construções históricas, o ambiente ajuda a entrar no clima templário.




Uma viagem ao passado, esse foi o sentimento que nos tomou ao entrarmos no Convento de Cristo. O convento pertenceu à Ordem dos Templários, sendo fundado em 1162, pelo Grão-Mestre dos Templários, Dom Gualdim Pais. Antes disso, a região era onde estão situadas as cidades romanas de Nabantia e Sellium. Conquistada ao Mouros em 1147 pelo primeiro Rei Português, D. Afonso Henriques, e foi então doada aos Templários em 1159. A edificação ainda conserva vestígios desses monges cavaleiros, da Ordem de Cristo e dos reis que por lá passaram. A arquitetura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, maneiristas e barrocos.


Mas, o que mais chama a atenção é a Charola, o Oratório dos Templários no princípio do século XII. Baseada no Santo Sepulcro de Jerusalém, a Charola sofreu modificações no Infante D. Henrique e no reinado de D. João III. A decoração reflete a riqueza da Ordem de Cristo, além de pinturas e frescos que representam a Paixão de Cristo.




Igrejas
Caminhando pela cidade é possível encontrar os sinais dos Templários, seja com monumentos de seus principais personagens ou na arquitetura de diversas construções, como a Igreja de São João Baptista. Situada na Praça da República, em frente à Câmara Municipal, a igreja pertence à época em que o Infante D. Henrique era Governador de Ceuta, sendo reconstruída no século XVI no reinado de D. Manuel I.





Outra igreja que tem grande relevância histórica é a Igreja de Santa Maria dos Olivais, cuja fundação foi em meados do século XIII, no local de um antigo templo árabe. A edificação serviu de panteão aos Mestres Templários, no entanto, as obras quinhentistas destruíram esses monumentos funerários. Curiosamente, salvou-se a lápide do fundador do castelo e da cidade, Mestre Gualdim Pais (1195).








Música
Mas não só de passado vive a cidade de Tomar, durante as andanças pelas ruelas fomos surpreendidas pelo festival de Tunas Acadêmicas, música típica de Portugal. O evento ocorre pelas ruas, os grupos vão andando e tocando até chegarem a Praça da República.



Natureza

O rio Nabão contorna uma pequena ilha, dividindo o seu curso entre o leito principal e uma levada que o devia para os antigos Moinhos do Rei. Nessa pequena ilha arborizada ligada à cidade que estão situados os jardins do Parque do Mouchão.


Enfim, a cidade de Tomar respira história, seja por seus monumentos ou pelos costumes ainda cultivados, que a transformam num lugar mágico. O qual aproveitamos, literalmente, até o último instante, já que só entramos no trem e ele partiu rumo a Coimbra.






Fonte: http://www.culturaonline.pt/
http://descobrir-tomar.blogs.sapo.pt/

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia diferente, sentimento igual

Em Portugal alguns dias são comemorados em datas diferentes do Brasil. Um deles é o Dia dos Pais, chamado aqui de “Dia do Pai”, que é celebrado sempre no dia 19 de março. Então, peço licença para fazer um parêntese e mandar um recado para aquele me ensinou a gostar de futebol, de assistir telejornal, de política, ... E me passou a paixão pelo rádio. Enfim, o culpado por eu querer ser jornalista, mesmo ele sendo advogado. (hahaha)

E que junto com a minha mãe, ensinaram a mim e aos meus irmãos o que é certo e errado, o valor das coisas. Nos mostraram que o melhor investimento que podemos fazer é o conhecimento, e nunca mediram esforços para isso. Se não fossem eles, hoje não estaria aqui na Europa correndo atrás dos meus objetivos e sonhos, trilhando o meu caminho.

“Pai,

Dizem que é quando a gente está longe que damos o verdadeiro valor para aqueles que amamos. Quero que saibam, tu e a mãe, que mesmo que às vezes eu não saiba expressar, sempre dei muito valores a vocês, e que tenho um orgulho enorme de ser filha de vocês.

Mais uma vez, obrigado por tudo. Jamais conseguirei retribuir tudo o que vocês fazem por mim.

Tô com saudades!!!

Amo vocês”

Beijo, para todos

ONU

A experiência de um intercambista não é feita apenas do conhecimento adquirido em sala de aula. É composta, também, da bagagem cultural que surge em seu cotidiano. Seja dentro ou fora do centro acadêmico. Numa cidade como Coimbra, em que se respira história, e que acolhe estudantes de diversas nacionalidades é possível detectar essa troca de cultura facilmente.

O alojamento é um dos lugares mais propícios para que isso aconteça. Aqui na residência do Polo III, o centro da saúde, a interação ocorre na cozinha. Apelidada carinhosamente de “ONU”, devido ao fato de seus freqüentadores serem das mais diferentes partes do globo terrestre, e terem uma convivência pacífica. A hora do jantar, principal refeição do pessoal, é quando se tem mais contato com outros moradores do – 1, andar que nos próximos cincos meses será a minha casa. Aliás, a dinâmica do alojamento não foge a regra da rotina coimbrã, onde a cidade vive a noite. Cafés, bares, teatros e afins funcionam a partir das 17 horas (horário local, ai em POA seria 12h), antes disto é possível encontrar alguma movimentação na Universidade de Coimbra. Ainda tento me adaptar.

Mas, voltando a nossa cozinha, todas as noites temos um verdadeiro festival de gastronomia. Comidas típicas da Polônia, Turquia, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Estônia, China e diversas partes do Brasil (RS, SP, RJ, MG, BA). Além de provar a culinária de outros lugares, é nesse momento que rola um intercâmbio cultural: costumes, idiomas, experiências, e etc. Uma forma, também, de se sentir mais em casa, uma vez que está todo mundo no mesmo barco: em um país diferente, uma cultura totalmente diferente da que estamos acostumados.


O grupo de chineses, de Macau, são os que mais fazem pratos elaborados e típicos



Brasileiras de RJ, RS e SP reunidas

quinta-feira, 4 de março de 2010

Primeiras Impressões

Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Nesses primeiros dias em terras lusitanas, os versos de Gonçalves Dias não me saem da cabeça. Assim como o poeta, venho à Coimbra para estudar. Porém, ele veio para ser advogado, e eu jornalista.

Muita coisa mudou da Coimbra de Gonçalves Dias para a de hoje. Por isto, não cito seus versos como forma de lamentação, sentimento que dominava o autor quando escreveu a bela obra “Canção do Exílio”. Cito os versos para exemplificar o que estou vivenciando.

Tudo aqui é muito diferente, sim. Outro continente, país, povo,... Outra cultura. Mas não que isso seja melhor ou pior. É apenas diferente. E é através do Jogo de Damas que pretendo mostrar um pouco deste novo mundo que estou a descobrir.

Abaixo algumas fotos da cidade de Coimbra:







Cidade Baixa




Sé Velha





Sé Velha







Igreja de Stª Cruz





Muralhada



Até mais!

Beijos a todos, principalmente para as outras Damas (Guriaaas, to morrendo de saudades de vcs!)