domingo, 14 de setembro de 2008

Quero ser a unha do pé do Caco Barcellos

Ando bastante ocupada nos últimos dias, muitos trabalhos da faculdade, muitos textos do Pedro Osório pra ler... enfim, estou tentando achar uma desculpa plausível para postar com uma semana de atraso o assunto a seguir. 
Domingo passado a Marilia Gabriela entrevistou em seu programa no GNT o Caco Barcellos. Quando soube que ele seria o entrevistado da semana, coloquei um lembrete no celular para não deixar passar de jeito nenhum e quando a TV disponibilizou a programação do domingo, já reservei também, para que ela mudasse de canal na hora certa. Tudo para ajudar minha memória de peixe a não perder a entrevista com meu ídolo.
Aprendi a gostar do Caco já no segundo semestre da faculdade. Uma professora de Português sugeriu alguns títulos de livros para que fizéssemos um seminário após a leitura. Escolhi o Rota 66 sem fazer idéia do que se tratava. E li. E chorei. E ri. E fiquei brava. Fiquei feliz. Aquele livro me mostrou realmente porque escolhi o jornalismo. Com tantas profissões "mais rentáveis" eu escolhi o jornalismo e ali estava a resposta para isso. 
A partir de então comecei a prestar mais atenção nele. E percebi que ele se diferenciava mesmo dos outros jornalistas. Depois disso ele começou a fazer o Profissão Repórter, ainda dentro do fantástico e para completar, li também o outro livro, O Abusado (falta ler ainda a Revolução das Crianças, mas resolvo isso em breve). 
Mas o que tem o Caco Barcelos de tão especial? Ele não usa cabresto. Ele olha para os lugares que a maioria passa por cima e pisa. Ele tem a sensibilidade procurar as versões das histórias. Aquela utópica imparcialidade. Como quando a imprensa toda acusava o casal Nardoni, Caco foi conversar com amigos e parentes do casal, para saber como eram aquelas pessoas no dia-a-dia (não estou defendendo o casal, não sei o que eles fizeram ou não fizeram, estou dizendo que os julgamentos foram muitos, mas poucos se disponibilizaram a buscar outras faces da notícia, o que deveria ser nosso ideal). 
Poderia gastar (investir) milhares de palavras exemplificando ações dele. Mas vamos a entrevista com a Marilia: Simplicidade resume tudo. O cara é "o cara" e estava nervoso. Esfregando uma mão na outra. Falando pausadamente e baixo, elogiando os colegas, inclusive aquele pessoalzinho novinho que trabalha com ele no Profissão Repórter... Esperançoso no futuro, perfeito.
Ele considera sua persistência como responsável pelo sucesso, mas sobretudo, diz que faz matérias, pensando naquelas pessoas que vão estar do outro lado, assistindo. Ele disse que não pode julgar ninguém! Ele! Uma frase tão simples, mas vinda com verdade. 
Deu um show de sabedoria, prudência e humildade.
Quando crescer, quero ser a unha do pé do Caco Barcellos. Com isso, já estaria feliz! 
Meninas (e meninos também), olha a frase que o cara encerra sua participação no Programa: “Nunca acredite no homem que não respeita a mulher”. Não preciso falar mais nada!

4 comentários:

Natacha Kötz disse...

"pessoalzinho"? Hahaha... Nem acabou com os pobrezinhos do Profissão Repórter. Hehehe...
Bela frase de encerramento. Acho que é disso que precisamos hoje em dia =/

Andressa Xavier disse...

Eu ia mesmo comentar sobre o "pessoalzinho"! hahaha

Realmente. O cara é mto bom! Acho que é mesmo pq não respeita os "limites", não recua como a maioria. A frase, então... Mto boa mesmo!!

=*

Natacha Kötz disse...

Preciso ler esse livro. De repente eu descubra porque estou fazendo Jornalismo oO

Anônimo disse...

Eu só vou defender a questão do pessoalzinho porque assisto todas as terças-feiras ao programa e assisti à entrevista. Perguntado se o assédio de estudantes era grande por causa do progarama ele disse, mais ou menos isso, " antes do programa já havia uma fila de 150 estudantes querendo marcar uma hora comigo. Fiz testes e escolhi trinta para fazer o programa. É notável o despreparo dos novatos. Eu tenho ódio do cinegrafista desde o primeiro programa. Só diz coisas sem sentido. O pior é que parece que ele é o único novato no setor cinegrafia. Sempre é o mesmo. Os outro vão mudando. Todos cheios de manias. Uns demonstram nojo de falar com pessoas humildes (isso ficou transparente no programa que mostrou um senhor que mora no esgoto de São Paulo); outros deixam o público crítico perceber que aquele não é o caminho deles e que só queriam quinze minutos de fama na televisão; no programa da semana passada o repórter ficou tão nervoso que quase deixou o microfone cair e pediu para fazer a filmagem novamente várias vezes.........enfim, não está pronto para as câmeras......não se mete. Com todo o auxílio da produção, participação na escolha da pauta e carinho do Caco Barcelos os caras racham de vergonha a categoria jornalística. O programa só é bom por causa do Caco e eu acho que todos os créditos e méritos são dele. Mas ele não admite, não permite que isso seja dito e afirma que a nova geração de repórteres está vindo muito bem preparada em relação à geração dele. Imaginem o que seria fazer este formato de Programa há vinte anos atrás? Desastre. Parabéns ao Caco que "acredita na rapaziada", porque eu não acredito nesta porcaria de país. Leiam esta citação:

( Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria nasci brasileiro.......Chico Buarque De Holanda )

Agora que já estou aqui, ou me esforço para ser dígno ou me entrego ( se queres paz te prepara para a guerra. Se não queres nada descanse em paz )
Um abraço à Elisandra.